terça-feira, 13 de novembro de 2007

Sobre mim, de novo


Tem algo que eu sei na minha vida:
A tristeza pode durar por uma noite...Tá, talvez, duas. E chega!
Não vou carregar marcas de noites mal dormidas, tenho marcas mais profundas pra levar.
Não vou chorar pra sempre. Já chorei até secar, rasguei a alma, falei o que sinto,
declarei, fui ridícula, pedi...Sem medo.
Agora, já é hora de renascer.
Minha receita:
Tomar um lonnnnnnngo banho(aproveitando pra chorar o restinho);
Me encher de carinho;Me secar cuidadosamente, sem pressa;
Passar muito hidratante;
Colocar uma roupa bem bonita;
Combinar as bijous e o sapato;
Passar um perfume que me faça bem, que traga boas recordações;
Maquiagem é fundamental, afinal, índio se pinta pra guerra, e, eu venho dessa linhagem;
Me olhar no espelho e ver o quanto sou bonita pra mim;
Ver o que me tornei, o que sou
Trazer à memória tudo, "e só" o que dá esperança;
E, ouvir Chico (Buarque), claro.
Lembrar-me que o primeiro amor é o amor próprio,
e, que por mais que eu ame, ninguém ama uma derrotada.
A dor é minha e vai ficar aqui dentro, ninguém vai ver.
Não quero solidariedade de ninguém.
Quem quiser ver meu sofrimentovai ter que olhar de baixo pra cima,
porque eu vou ficar em pé - altaneiramente.
No meu rosto vai permanecer o sorriso de sempre.
Sorrir utiliza mais músculos que chorar e só isso já se faria um bom motivo,
porque evita rugas, flacidez, pés-de-galinha...
E, assim, quando voltar, vai me encontrarmais bonita ainda.
Muito melhor do que, quando, era.

sábado, 18 de agosto de 2007

Eu by eu mesma


Ainda estou aprendendo sobre mim... mas tem algumas coisas que já sei:
-Quando quero uma coisa, luto muito por ela, com todas as minhas forças, mas, se percebo que estou perdendo tempo e desperdiçando esforços...desisto, com toda dignidade;
- Acredito que a maior capacidade do ser humano é a de rever seus conceitos e mudar de idéia, sem vergonha nenhuma;
- Não gosto de julgar ninguém, cada um sabe "a dor e a delícia de ser o que é";
- Tudo que se faz com amor dá certo, mesmo que o final não seja o esperado;
- Nada no mundo substitui o amor, uma pessoa especial, que toque seu coração e te faça feliz. Nem carreira, nem dinheiro, nem sonhos realizados, nem prêmios ou bens conquistados, nada...
- Saber reconhecer erros e pedir desculpas é essencial;
- Saber perdoar, é difícil, custa orgulho, mas, é melhor do que acumular mágoas dentro da gente. Perdoar não é esquecer, é lembrar sem sentir a mesma dor. Passou... todo mundo erra.
- Minhas filhas são importantes demais, mas, escolhi ser amiga, dividir e compartilhar nossas vidas, pra que elas me vejam como mulher, com erros e problemas, dores, decepções, alegrias, paixões;
- Sou uma chorona;
- Romântica incurável;
- Tenho a estranha mania de acreditar nas pessoas, uma certa ingenuidade que quero preservar sempre;
- Quero fazer um monte de coisas que ainda não fiz, conhecer lugares, pessoas, escrever livros, ter uma ONG, produzir documentários, ajudar pessoas, entrar pra vida política, talvez...
- Tenho 35 anos, mas, me sinto pelo menos 10 anos mais jovem;
- Gosto de mim, do meu jeito de ser e ver a vida;
- Sei reconhecer meus defeitos, minhas limitações e minhas qualidades;
- Sonho muito, dormindo ou acordada;
- Sou um pouco maluquinha, fora dos padrões, mas, não tenho a menor intenção de chocar ou agredir;
- Creio em Deus, em Suas promessas, sei que Ele tem o controle de todas as situações. Está comigo, sempre. Me ama incondicionalmente e direciona meu caminhar, minha vida e meu futuro estão em Suas mãos.
- Não tenho medo de correr riscos;
- Sou fiel aos meus sentimentos;
- Não quero passar pela vida, quero viver intensamente;
- Não quero, um dia, olhar prá trás e me dizer: É, fiz tudo que podia, mas, não deu pra ser feliz;
- Sou inconformada, quero sempre mais, mas, não sou reclamona, sou grata por tudo que tenho;
- Sou feliz, mas, quero ser muito mais.

terça-feira, 31 de julho de 2007

Jamais esquecerei...


Estas férias foram incomuns, fiz várias coisas pela primeira vez.

Não dá pra citar tudo, aliás, muita coisa será omitida neste relato, mas o essencial será bem falado.
Voei pela primeira vez na minha vida (voei de muitas formas diferentes...).

Fui para São Luis do Maranhão, cidade linda, mágica. Sabe quando você visita lugares nos quais tem a sensação que já foi antes, chegava a dar medo. No centro histórico as paisagens, os casarões, aquelas vielas...Tudo ali parece ter vida própria, é um lugar vivo. Em contraste com a calmaria do domingo, ruas vazias, estabelecimentos fechados é possível ouvir no silencio, cada escadaria tem seu som peculiar, as fachadas te acompanham, é como se elas te olhassem ao passar e tivessem a capacidade de te aceitar, te acolher ali, me senti reconhecida e reconhecendo, não entendi muito bem, mas, estava num lugar meu. Não, não estou maluca, a princípio achei que fosse alguma semelhança com o centro velho de São Paulo ou o centro histórico de Santos, mas, são lugares distintos, há diferenças no traçado da cidade, na arquitetura. Não tem a sofisticação de Santos e nem as grandes construções da velha São Paulo... É especial, é pequena, é simples, mas é como estar em casa, nunca estive tão no “meu lugar”.


Desde de adolescente cultivava uma curiosidade pelo Maranhão e enfim mais de 20 anos depois, chegou o dia de conhecer.
Uma super dica, se alguém quer ir a um lugar para se sentir querido, vá a São Luís. Terá, porém, de ter muita disposição para conversar, as pessoas adoram falar e aos desavisados: não há sotaque nordestino na cidade, não fosse pela culinária divina com iguarias deliciosas, muitos pratos com à base de camarão e aquele tempero delicioso que faz parecer que você está comendo em casa, nem pensaria que está no nordeste. Se bem que pode-se dizer que está no norte, porque o estado faz divisa com a região norte. Alguns dizem que é o “portal da Amazônia”.


A cidade tem a segunda maior população negra do país, só perdendo pra Salvador, mas a beleza da cútis negra está associada a traços finos, delicados, talvez, devido à mistura com os franceses, me disseram também, que os negros que foram trazidos como escravos para o Maranhão eram de “linhagem nobre”, sei lá o que isto quer dizer. O que sei é que pelo sol que brilha na cidade até eu branquela assumida ficaria negra se morasse lá, sei também que achei aquele povo muito bonito, e acho que esse senso não está muito correto, pois só no centro de São Paulo é possível ver muito mais negros, de repente, em São Luís, as pessoas se orgulham mais de sua origem, de sua história e por isso não fiquem preocupados em “clarear a família” como já ouvi muitas vezes por aqui.


Bom, fui de avião, claro – primeira vez – tive um medinho de cara, mas assim que ele subiu fiquei tranqüila, também me lembro sempre das palavras da minha avó, ela dizia “todo mundo tem o dia de morrer, está marcado” então, pra mim não adianta ficar com medo da morte ela chega pra todos. Sem contar que eu sou filhinha querida de Deus né, em pleno caos aéreo não houve nenhum atraso nos aviões em que estava, mas se prefere achar coincidência ou sorte de principiante... Quando cheguei ao aeroporto, fui recebida por um qrupo folclórico do Boi Bumbá, tradicional por lá e ainda fui entrevistada pela Rede Globo para o Jornal local, chique sempre.


Tudo perfeito... Vivi ali naquela cidade os dias mais maravilhosos e inesquecíveis da minha vida. Olho d`Água, é o nome do bairro em que fiquei hospedada, um pouco longe do centro, numa Pousada simples e tranqüila entre o mar e uma reserva florestal. O pessoal de lá foi incrível comigo. Estava em plena época de festas juninas e a cidade era só festa, arraiais montados e cuidadosamente decorados com tecidos de chita florais em todas as avenidas, parques, praças, procissões nas ruas, danças, apresentações do Bumba meu Boi - primeira vez - que aliás, eu virei fã desde criancinha, adorei aquilo, as coreografias bem marcadas, a beleza das vestimentas, mas, principalmente o que me encantou foi o orgulho por levar em frente esta tradição, este era o sentimento estampado nos rostos de cada dançarino. É lindo, é popular, é pacífico, é aberto ao povo, é rico em detalhes e histórias, um espetáculo! Adorei. Quero, aliás, me dedicar a um estudo e produzir um livro sobre esta tradição.


No final da noite na Praça com o peculiar e apropriado nome de “Reviver” o espetáculo foi encerrado por um show de reggae com o cantor César Nascimento e vê se dá pra imaginar, eu, dançando na praça, se você é meu amigo sabe que é difícil conceber... magias de São Luis. Aconteceu uma coisa linda, singela, mas, linda: O calor era de matar e suor escorria da cabeça aos pés e eu doida pra amarrar os cabelos que estavam molhados, claro, não conseguia comprar nada pra prender até que uma vendedora me disse: “Ah, eu não vendo não. Mas, vamos dividir o pão?” Desamarrou os próprios cabelos e me pediu pra cortar a fita que ela estava usando pra dividir comigo, como a gente “paga” um gesto destes? A única coisa que consegui pensar foi em conseguir pra ela um leque, que estava sendo distribuído pela Secretaria de Cultura, só que não encontrei o local, aí perguntei pra uma moça onde ela tinha conseguido o seu e ela simplesmente me deu o dela. Gente, eu fico meio emocionada até agora, não sei se é porque São Paulo é uma cidade tão grande que não há tempo pra estas ações, mas, eu achei muito legal isso tudo...Bom, levei o leque pra vendedora e ela ficou super agradecida.


Na volta pra casa, chorei muito enquanto o avião deixava São Luis, senti uma tristeza muito grande mesmo.


Trouxe um CD e um DVD de músicas regionais e tenho ouvido todos os dias, mas há alguns dias em que ouço o dia todo.

Pra conhecer um pouquinho desta ilha mágica:

http://www.youtube.com/watch?v=ch-3ihQxcOw


Ah, esta música agora é minha:

Ilha Magnética - Cesar Nascimento

Ah, que horizonte belo

De se refletir

Outro dia me disseram

Que o amor nasceu aqui

Saio de trás do sol com o jeito de gurí

Tanto novo como leve o amor nasceu aqui

Ponta da Areia, Olho d'Água e Araçagi mesmo

estando na Raposa eu sempre vou ouvir

a natureza me falando que o amor nasceu aqui

Ah que ilha inexata quando toca o coração,

eu te toco e tu me tocas cai nas cordas do violão

e se um dia eu for embora para bem longe deste chão

eu jamais te esquecerei São Luis do Maranhão

eu jamais te esquecerei São Luis do Maranhão

eu jamais te esquecerei São Luis do Maranhão

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Massagem no corpo e na mente


Tudo na vida tem um tempo certo pra acontecer.

Pelo menos é essa a minha forma de ver.

Há quase 3 meses comecei a treinar atletismo, depois de 35 anos de sedentarismo.

As recomendações de exames, check-up, médicos nas mais distintas especialidades, me pareciam meio confusas pra entender os seus por quês. Num dos emails, o professor tentou explicar os motivos e disse que com a corrida, tudo o que havia alí, dentro de nós, mesmo que fosse algo adormecido iria se manifestar.


Hoje entendi e sentí na pele o que ele queria dizer. Por causa de uma dor que estou sentindo na perna direita, que me impede de correr e tive de voltar a só caminhar, passei quase duas horas numa sessão de massagem e juro: nunca sentí tanta dor em toda minha vida! Esperneei, chorei, chamei a minha mãe, gritei pela Val (que está sempre comigo), queria sair correndo de lá...

Mas, correr pra onde né? Onde quer que fosse a dor iria junto, tem gente que é boba mesmo!


Assim que ele começou, pelo pé, já começou a doer, tudo bem né, era o esperado. Massageou as duas pernas, primeiro de frente e depois de costas e foi subindo, quando chegou a região ciática ele me perguntou afirmando: "sente muita dor aqui nesta região não é". Respondi que não, que há cerca de oito anos tinha tido uma crise no nervo ciático, tinha tratado e nunca mais sentí nada. Ok. Ele tocou num ponto. Aaiiii! Ví estrelas, literalmente, sentí choques até no tornozelo. Aí ele me explicou que aquela área não estava curada, só adormecida e esquecida ( associei a um vulcão ) que com o esforço repentino veio à tona.

Bem que o Wanderlei tinha avisado!


Como de tudo na vida a gente aproveita alguma coisa (especialmente na dor quando estamos mais sensíveis), fiz algumas considerações:


- Tudo na vida é assim, se você tem algo mal resolvido, em qualquer área, pode parecer amortecido, resolvido até, mas, basta sair um pouco do eixo comum e estamos expostos, a qualquer momento a nos deparar com situações antigas, a qualquer tempo, mesmo que tenha se passado anos. Enquanto a gente não se expõe, não põe pra fora, com o risco de doer e quase sempre dói, nada muda verdadeiramente e a gente fica só se engando.


- A capacidade que nós temos de não nos cuidar, de verdade, de achar que qualquer analgésico resolve tudo. A gente vai acumulando tanta porcaria por dentro , sem, jamais, adquirir o hábito de se observar. Sempre achando que somos jovens ainda pra nos preocupar. Hoje eu fiquei preocupada! Com tanta coisa adormecida em mim, e se daqui mais 30 anos se manifestasse tudo de uma vez? O velho e péssimo hábito de nunca cuidar da causa, só correr atrás do prejuízo depois das consequências.


- Por fim eu agradecí muito a Deus, pela oportunidade de poder me conhecer e me cuidar mais, e de ser, de fato cuidada por Ele, sei que a faxina tá sendo completa (e tá dando um trabalho, não é Senhor?) em todas as áreas, em cada cantinho meu, é o meu tempo ser cuidada, de expôr feridas, dores, remexer coisas antigas, limpar, renovar...

Podar meu jardim, pra que na primavera meus galhos sejam mais fortes e tenham flores mais belas ainda.

sábado, 12 de maio de 2007


Me sinto uma mulher feliz.

Descobrindo novas emoções e ultrapassando meus limites.

Há 2 meses comecei a treinar atletismo numa equipe maravilhosa liderada pelo técnico Wanderlei de Oliveira. No início eram apenas alongamentos e caminhadas. E olha que não tinha fôlego nem pra isso.

No meu primeiro dia cheguei na pista do Centro de Excelência de Atletismo, no Ibirapuera antes do sol nascer, eram 5h45 e só estávamos eu e o seu Dodô que me recebeu com carinho e me advertiu em tom profético: "Você vai se apaixonar pela corrida".

Aquele ambiente totalmente novo me deixava apavorada.

Enfim, hoje 12 de maio, corrí meus primeiros 3km contínuos em 24 minutos e sobreviví, estou 8kg mais leve e com muito mais fôlego.

A vida é mesmo cheia de surpresas.

Quando uma sedentária como eu iria se imaginar correndo junto com a equipe de corredores de elite de São Paulo?

E como já tinha me avisado o seu Dodô, cada dia mais apaixonada pela corrida.

Nosso namoro está começando, tímido ainda, mas, é certo que vai ter casamento.

São Silvestre 2007 que me aguarde.

sábado, 14 de abril de 2007

Sobre mim



Uma pessoa que ama viver e é movida pelo amor. Sou viciada em serotonina e como não posso comer muito chocolate preciso estar em constante estado de paixão. Me alegro por minhas conquistas, mesmo as pequenas do dia-a-dia. Busco sempre mais. Sou uma inconformada. Mas, não reclamo, sou grata. Agradeço a Deus pela saúde, coragem e força que me tem dado.
Sou aberta a aprender e a rever meus conceitos sempre.Um pouco cabeça dura e teimosa, preciso ser persuadida. Defendo o direito que todas as pessoas têm de viverem felizes da maneira que se sentem melhor, mesmo que eu não concorde com algumas coisas. Direito é direito. Sou avessa à preconceitos e não suporto injustiças. Não quero prender ninguém, nunca. Acredito que só devo estar "presa" a alguém por livre escolha para nunca cobrar do outro o meu "tempo perdido". Sou a única responsável por minhas escolhas.
Amo a minha liberdade e por isso deixo livres as pessoas a meu lado. Não espero, de homens, a perfeição e nem crio grandes expectativas, sei que todos temos defeitos e nem sempre é possível cumprir tudo o que é prometido. Já aprendi que homem é homem e Deus é Deus. Detesto ciúmes, mesmo os ditos saudáveis.
Procuro não falar mal dos outros, acho que cada um sabe de sí. Cada um tem sua própria verdade e sua história que é única. Quando quero uma coisa luto, honestamente, com todas as minhas armas, mas, sei reconhecer o momento de parar e me render. E, claro, às vezes insisto, mas, consciente de todos os riscos pra não me arrepender depois. Chorar sim, o quanto for necessário.
Sou amiga leal, pronta pra o que der e vier. Companheira das minhas filhas, porém, uma mãe cheia de falhas e muito longe do modelo ideal. Adoro viajar, conhecer lugares e pessoas diferentes. Sou uma otimista incurável, libertária por vocação e fiel as minhas convicções. Acredito nas pessoas, preservo uma certa ingenuidade "imexível". Quero acreditar sempre. A fé é o que me fortalece.
Pra mim o amor requer entrega total, sem reservas, sem medos.Com direito a chorar e sorrir, "morrer" de saudades, reviver com a presença dele, escrever poemas, cartas de amor, fazer declarações apaixonadas, ser ridícula, me sentir insegura, me sentir poderosa e todas as contradições existentes. Sinto que estou na melhor fase de toda minha vida.
Sou muito feliz, mas, estou buscando ser muito mais, na plenitude que eu sei que mereço. Jamais, porém, poderei ser feliz se souber que construi minha felicidade sobre a tristeza de alguém. Busco a paz com todos.
Quero continuar seguindo meu caminho com verdade e ouvindo o meu coração. Creio que o segredo para permanecer em pé é aprender com minhas quedas e levantar-me com dignidade. As desilusões são cíclicas e necessárias, só não posso e não quero perder a esperança e a vontade de recomeçar. E renascer quantas vezes se faça preciso.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Hoje



Eu estive pensando no quanto a vida é mesmo "engraçada". A gente briga, xinga, assina manifestos, queima a bandeira americana na Praça da República, aprende um monte de teorias, desenha castelos, traça planos, sonha com um mundo novo, jura que com você vai ser diferente, e, na hora H acaba se rendendo ao sistema patriarcal e burguês estabelecido não sei por quem.

Hoje lí uma frase assim: Viver envolve riscos. E eu fiz um link com uma frase minha: Eu sou a única responsável pelas minhas escolhas. Bom, há dias venho, paulatinamente, compreendendo que nem sempre o desafio está em resistir, às vezes, o verdadeira loucura pode estar em ceder... Principalmente pra mim, um ser rebelde por natureza.

Tem coisas que conquistei na vida e uma delas é o meu direito de contestar, mas, também conquistei a hombridade de reconhecer a hora de recuar, não por covardia, mas, por ousadia. Pode ser mais corajoso não entrar numa briga em que tudo indica, que mesmo ganhando uma ou outra batalha, o saldo final será a guerra perdida, a preços altos de tristezas e sofrimentos.

Aprendi a ser honesta comigo mesma e nunca tentar me enganar. Reconheço os meus sentimentos e quero vivê-los todos, com toda verdade que há em mim. Sem arrependimentos, sem reservas, quero olhar pra trás um dia e não me envergonhar de ter sido desleal com minha história.

Nesse período conturbado que passei, conheci mais a mim mesma e percebi que continuo sendo uma pessoa muito legal e uma excelente companhia, também selei amizades eternas, pois, pude ver nos olhos de cada uma das pessoas, que queriam e não podiam me ajudar, esse desejo de estar no meu lugar se fosse possível, e, isso realmente não tem preço. Cada abraço valeu muito.

Considero, hoje, períodos atribulados como uma fase de filtragem. E é curioso você ver portas que considerada sempre abertas, se fechando sem o menor constrangimento, como se te dissessem "cada um com seus problemas", ou, dá pra voltar outra hora depois que se curar dessa virose, não quero me contagiar. Agora, esses não são importantes, porque esses já foram filtrados.

sábado, 10 de março de 2007

Primeira vez


Nunca fui dada a escrever diários, cadernos de recordações ou coisas assim, isso sempre me pareceu "mulherzinha" demais e também muito comum. Na minha adolescência todas as meninas que conhecia tinham um diário e um caderno de perguntas. Sempre rejeitei fazer aquilo que estava na moda, ser igual a todo mundo.

Hoje, penso que há um tempo na vida da gente que é preciso seguir o vento, ser igual a todo mundo, ter um grupo de identificação. Mas, pra mim não rolou e sempre, durante toda a vida, alguém me dizia "nossa como você é diferente", não, nunca me orgulhei disso, mas, também não achava tão ruim assim. E, sempre me sentia meio E.T., independente do grupo que estava.


Enfim, meu tempo de ser igual a todo mundo passou, mas, em tempos de Internet tudo muda e acabo me rendendo a alguns grupos e modas, antigas e reeditadas. O diário, antes secretíssimo ou dividido apenas com os mais íntimos passa a ser disponível para o mundo todo. Que coisa louca né! Um cara lá no Japão poderá ler as minha intimidades e se quiser poderá comentar, interferir ou até me aconselhar.


Bem, esse blog tem um objetivo principal falar de novas coisas pra mim, que estou começando a fazer. Creio que registrando aqui terei mais ânimo para continuar e não desistir no meio do caminho. E, cada vez que pensar em parar poderei resgatar aqui minhas sensações e assim pensar mais e rever minhas posições.