sexta-feira, 25 de maio de 2007

Massagem no corpo e na mente


Tudo na vida tem um tempo certo pra acontecer.

Pelo menos é essa a minha forma de ver.

Há quase 3 meses comecei a treinar atletismo, depois de 35 anos de sedentarismo.

As recomendações de exames, check-up, médicos nas mais distintas especialidades, me pareciam meio confusas pra entender os seus por quês. Num dos emails, o professor tentou explicar os motivos e disse que com a corrida, tudo o que havia alí, dentro de nós, mesmo que fosse algo adormecido iria se manifestar.


Hoje entendi e sentí na pele o que ele queria dizer. Por causa de uma dor que estou sentindo na perna direita, que me impede de correr e tive de voltar a só caminhar, passei quase duas horas numa sessão de massagem e juro: nunca sentí tanta dor em toda minha vida! Esperneei, chorei, chamei a minha mãe, gritei pela Val (que está sempre comigo), queria sair correndo de lá...

Mas, correr pra onde né? Onde quer que fosse a dor iria junto, tem gente que é boba mesmo!


Assim que ele começou, pelo pé, já começou a doer, tudo bem né, era o esperado. Massageou as duas pernas, primeiro de frente e depois de costas e foi subindo, quando chegou a região ciática ele me perguntou afirmando: "sente muita dor aqui nesta região não é". Respondi que não, que há cerca de oito anos tinha tido uma crise no nervo ciático, tinha tratado e nunca mais sentí nada. Ok. Ele tocou num ponto. Aaiiii! Ví estrelas, literalmente, sentí choques até no tornozelo. Aí ele me explicou que aquela área não estava curada, só adormecida e esquecida ( associei a um vulcão ) que com o esforço repentino veio à tona.

Bem que o Wanderlei tinha avisado!


Como de tudo na vida a gente aproveita alguma coisa (especialmente na dor quando estamos mais sensíveis), fiz algumas considerações:


- Tudo na vida é assim, se você tem algo mal resolvido, em qualquer área, pode parecer amortecido, resolvido até, mas, basta sair um pouco do eixo comum e estamos expostos, a qualquer momento a nos deparar com situações antigas, a qualquer tempo, mesmo que tenha se passado anos. Enquanto a gente não se expõe, não põe pra fora, com o risco de doer e quase sempre dói, nada muda verdadeiramente e a gente fica só se engando.


- A capacidade que nós temos de não nos cuidar, de verdade, de achar que qualquer analgésico resolve tudo. A gente vai acumulando tanta porcaria por dentro , sem, jamais, adquirir o hábito de se observar. Sempre achando que somos jovens ainda pra nos preocupar. Hoje eu fiquei preocupada! Com tanta coisa adormecida em mim, e se daqui mais 30 anos se manifestasse tudo de uma vez? O velho e péssimo hábito de nunca cuidar da causa, só correr atrás do prejuízo depois das consequências.


- Por fim eu agradecí muito a Deus, pela oportunidade de poder me conhecer e me cuidar mais, e de ser, de fato cuidada por Ele, sei que a faxina tá sendo completa (e tá dando um trabalho, não é Senhor?) em todas as áreas, em cada cantinho meu, é o meu tempo ser cuidada, de expôr feridas, dores, remexer coisas antigas, limpar, renovar...

Podar meu jardim, pra que na primavera meus galhos sejam mais fortes e tenham flores mais belas ainda.

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