quinta-feira, 3 de julho de 2008

Se morre de amor?

Se se morre de amor
Gonçalves Dias
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Se se morre de amor! — Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Quando luzes, calor, orquestra e flores
Assomos de prazer nos raiam n'alma,
Que embelezada e solta em tal ambiente
No que ouve, e no que vê prazer alcança!
Simpáticas feições, cintura breve,
Graciosa postura, porte airoso,
Uma fita, uma flor entre os cabelos
Um quê mal definido, acaso podem
Num engano d'amor arrebatar-nos.
Mas isso amor não é; isso é delírio,
Devaneio, ilusão, que se esvaece
Ao som final da orquestra, ao derradeiro
Clarão, que as luzes no morrer despedem:
Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,
D'amor igual ninguém sucumbe à perda.
Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração — abertos
Ao grande, ao belo; é ser capaz d'extremos,
D'altas virtudes, té capaz de crimes!
Compr'ender o infinito, a imensidade,
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D'aves, flores, murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E à branda festa, ao riso da nossa alma
Fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes;
Isso é amor, e desse amor se morre!
Amar, e não saber, não ter coragem
Para dizer que amor que em nós sentimos;
Temer qu'olhos profanos nos devassem
O templo, onde a melhor porção da vida
Se concentra; onde avaros recatamos
Essa fonte de amor, esses tesouros
Inesgotáveis, d'ilusões floridas;
Sentir, sem que se veja, a quem se adora,
Compr'ender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,
Segui-la, sem poder fitar seus olhos,
Amá-la, sem ousar dizer que amamos,
E, temendo roçar os seus vestidos,
Arder por afogá-la em mil abraços:
Isso é amor, e desse amor se morre!
Se tal paixão porém enfim transborda,
Se tem na terra o galardão devido
Em recíproco afeto; e unidas, uma,
Dois seres, duas vidas se procuram,
Entendem-se, confundem-se e penetram
Juntas — em puro céu d'êxtases puros:
Se logo a mão do fado as torna estranhas,
Se os duplica e separa, quando unidos
A mesma vida circulava em ambos;
Que será do que fica, e do que longe
Serve às borrascas de ludíbrio e escárnio?
Pode o raio num píncaro caindo,
Torná-lo dois, e o mar correr entre ambos;
Pode rachar o tronco levantado
E dois cimos depois verem-se erguidos,
Sinais mostrando da aliança antiga;
Dois corações porém, que juntos batem,
Que juntos vivem, — se os separam, morrem;
Ou se entre o próprio estrago inda vegetam,
Se aparência de vida, em mal, conservam,
Ânsias cruas resumem do proscrito,
Que busca achar no berço a sepultura!
Esse, que sobrevive à própria ruína,
Ao seu viver do coração, — às gratas
Ilusões, quando em leito solitário,
Entre as sombras da noite, em larga insônia,
Devaneando, a futurar venturas,
Mostra-se e brinca a apetecida imagem;
Esse, que à dor tamanha não sucumbe,
Inveja a quem na sepultura encontra
Dos males seus o desejado termo!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Obrigada Pai, por sempre me enviar um anjo.

Ontem viví um dia difícil. Sabe como é acordar e não querer viver, não o dia, não a situação, mas, a vida. Se sentir cansada demais! Não ver motivo ou razão...pra seguir. Sem ir a lugar a lugar algum, alí, na minha cama, conheci o vale da sombra da morte, uma tristeza profunda...De repente, somando tudo nada valia a pena. Meu Deus, obrigada por estar comigo, mesmo quando os meus pensamentos não conseguem te alcançar e por ter enviado um anjo pra me resgatar. E, como o Senhor não economiza comigo ainda me faz encontrar "por acaso" este texto, que só fragmentei aqui...Obrigada Pai.

"Dez lições aprendidas com a leucemia"

Ricardo Kotscho - jornalista


+ A cada um de nós, no jogo ou na vida, qualquer que seja o momento, cabe decidir de que forma iremos jogar com as cartas que nos foram dadas pelo destino. Elas não podem ser mudadas, temos de tirar partido daquilo que temos em mãos.

+ Quando perguntamos a alguma pessoa: o que é mais importante para você? Seu trabalho ou sua família? Quanto mais “workaholic” ele for, mais cínica e hipocritamente responderá que é sua família. “Faço tudo isto pelos meus filhos”... mentira! O fazem pela busca de "status" diante dos colegas e da família e da coleção infinita de bens materiais. Desperdiçam uma vida, que para todos sempre é tão curta.

+ O escritor argentino, Jorge Luis Borges, nos disse que a vida é feita de momentos. Se assim é, temos que viver intensamente cada momento. Celebrar a vida qualquer que seja o motivo, nem que seja a própria dádiva de estarmos vivos mais um dia. Vivemos com muita pressa, sempre no piloto automático, e muito distraídos, para poder observar as pequenas coisas do nosso cotidiano.

+ Morrer não dói. A própria vida vai nos ensinando a aceitar a morte como inevitável. O que dói é viver uma vida infeliz. Abandonado pela família e pelos amigos, o ser humano vai perdendo progressivamente o amor pela vida.

+ Se alguma pessoa vive e morre sem que ninguém se de conta será que ela realmente viveu? E se perguntarem a alguém o que fez da sua vida com todas as oportunidades que teve, é provável que ele responda: acumulei muito dinheiro, li muitos livros, fui a muitas festas e baladas, o que significaria isso no final? A vida de um ser realmente humano tem que ser muito mais que isto. É amar e ser amado. É saborear cada momento.

+ Por mais executivos e empreendedores que sejamos, não dá para planejar tudo. Os inesperados fazem parte do nosso trajeto e esperam de nós uma resposta. Os filósofos gregos estóicos diziam que em nossa vida há dois tipos de acontecimentos: os que dependem e os que não dependem de nós. Aqueles que são de nossa responsabilidade, temos que enfrentar. Já os incontroláveis, não adianta lamentar ou remoer. Isso não quer dizer se conformar, se render. É do filósofo alemão Nietzsche a célebre frase “o que não nos mata, nos fortalece.” Em outras palavras, o que nos derruba é também o que nos dá força para levantar.

+ “Nossa vida tanto pode ser uma tragédia, como uma gloriosa transformação. Não existem barreiras que os seres humanos não possam superar”. O período de crise nos obriga a rever a nossa vida ao mesmo tempo em que nos liberta de preconceitos que obstruíam nossos objetivos e nos impediam de nos dedicarmos a eles. A crise abre os nossos olhos para descobrir a coragem, a força, a fé, o desejo de viver e o poder do pensamento positivo.

+ Lembramos que a vida nos oferece de graça o precioso dom de viver a cada minuto, hora e dia de nossa existência. Cabe a nós explorar essa energia inata. Fortalecer a vida é obra de seres humanos muito especiais. Ao mesmo tempo em que o fazemos, nossa vida vai sendo enriquecida ao descobrir o quanto os outros precisam de nós. O ser humano precisa do outro para se revelar!

terça-feira, 10 de junho de 2008

Mais forte do que pareço

Mais fraca do que queria ser

Inabalável

Pés plantados na terra

Cabeça pronta pra voar

Coração cheio de fé

Esperança que não morre

Emoção à flor da pele

Amo intensamente

Tenho sorriso nos lábios

Gosto de ser eu, ser quem sou

Sou fiel ao que acredito

Volto atrás se preciso

Pronta a pedir perdão

Erro, acerto - sem medo

Arrisco, me jogo

Conheço o poder da (P)palavra

Meu lugar é onde estou

Meu tempo é sempre

As portas se abrem

Meu deserto tem flores

Haverá bom futuro

Sou feliz, mas quero mais

Quero tudo que posso

E mais um pouco

...

Alguém que eu amo demais me disse: ..."Acredito no amor, na paixão e nessa loucura toda quesomos capazes de cometer poralguém...mas ando me perguntando quantas dessas loucuras eu seria capaz decometer por mim?Ter alguém que te faça se sentir especial é mágico...e isso eu já sei! Mas e eu?...o que eu sozinhasou capaz de fazer com asminhas crises todas?...Sei lá!...Acho que tô tentando falar de amor próprio...equilibrio emocional...sobre saber estar sozinha e não sofrer com isso, mesmo tendo alguém no coração...e sobre todas essas coisas juntas"!Vou meditar nisto.