terça-feira, 5 de abril de 2011

Poema antigo






Confissão

Marcela Liz


Minha alma passeia em ti
Dispondo-se em ti
Dando-me como  um brinquedo teu
Em minh’alma és senhor

Dominas soberano
Está em ti, em tuas mãos
És soberano do destino meu
Podes escolher o fim que me queres dar

Resignada ante ti aguardo minha  sentença
A felicidade e a vida que emanam de ti
Que vêm a mim como um rio que anseia encontrar o mar
Ou o  fim e a morte, a morte que provo cada vez que te vais

Senhor meu, sagrei-me  serva tua
Escrava dos caprichos teus
Sou tão tua, estás tão em mim que aonde vou,
Vai-te também

Roubaste meu coração, minha paz e como troca trouxeste  medo
Medo de que nunca sejas meu
Medo  da vida acontecer em vão
Da solidão eterna  nas noites sem tuas mãos

Mesmo tão  breve teu tempo meu
É tal tua grandeza ,  preenche os espaços que são teus
Quando me olhas traz consigo de volta o tempo
Trazes contigo o calor e o sol que carregas

Tão longe vivo a adorar-te
A entregar-te meu amor, minha vida e ar
Amor,  amor,  a vida sem ti é qual o nada
É tempo  sem sentido, vida sem razão

Resume-se  em simples seqüências  lógicas de acordar e adormecer
Cumprir o  tempo, dias e noites que passam vazias, folhas ao vento
Riso no lábio e solidão no olhar
És, amor demais, amar demais

Quando  um dia eu  não  mais existir
Terei  plantado em todos os cantos
 A semente deste meu amor por ti
Amar-te terá sido o legado meu

Porque assim é,  minha vida é o amor a ti
Por ele  canto e vivo  em seu louvor
Por ele meu pranto, minha dor
Por ele,  cada esforço meu e toda vida dou

Pelo bem que me faz,  pelo que me fez ser
Pelo sortilégio de amar como ninguém jamais,  amou alguém
Assim, minh’ alma desnuda dança  em tuas mãos e aguarda a sorte
Que escorre pelos vãos  dos dedos teus .

De tudo que quero,  quero a ti,  com mais força
De tudo que sonho,  sonho mais,  quando  contigo
De tudo que amo, amo-te infinitamente, infindavelmente mais
De tudo que busco, não desisto, insito em ti

Esperança que não morre,  que antes morra eu
És amor sublime, forte. Forte como a morte
És toda razão de minh’alma, és toda função do meu viver
És por fim,   o silêncio que arde,  a palavra que me falta quando dizes , te amo.

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