terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Ciranda Colorida

               


era a lua
era a luz
é a água
que enxágua meu peito
em fervor
era um anjo dali de Salvador
com um arranjo de flores no chapéu
arco íris de cores no céu
o sorriso inocente que me deste
minha musa dos solos do Nordeste
festejando a beleza do São João

era a rua
era a cruz
a igreja
benfazeja
a mão que ajudou
travessia daquele senhor
na avenida de cor tão brilhante
lantejoulas, miçangas, diamante
nesta roupa bonita que tu veste
minha musa dos solos do Nordeste
festejando a beleza de São João

era o chão
era o pão
era a vida
a ferida no peito
um ardor
na poesia do compositor
o Vinícius, Cartola ou Noel
um chorinho ou um tango de Gardel
ou um brega assim bem cafajeste
que me lembre das coisas do Nordeste
e que lembre o teu do meu coração

Seu sorriso, corpo e coração
tua alma na palma dos desejos
uma frase em mural com percevejos
coração pintadinho no papel
um olhar inocente em teu retrato
tua calma me deixa assim feliz
poesia escrita em branco giz
numa lousa lisinha, pura e casta
narrando nossa ode ampla e vasta
a expor nossa vida num painel


minha poesia abstrata
vem da boca da mata e mata a mim
de desejos, enredos, meio e fim
ponha nesse teu dedo o meu anel
minha musa, vê lá se não maltrata
não me queira infeliz diante da vida
oh, princesa, não machuque a ferida
do meu peito inocente e sonhador
que empina com a linha do equador
várias pipas de sonhos pelo céu


 Nilton Lee

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