Pensando notei: Não te amo
E senti: Amo mais a mim quanto tenho você
Amo o que faz de mim
E o que muda em mim
Amo o quando me transbordo em você
O fôlego que me embriaga a cada beijo
A vida que se abre por teu desejo
O sonho que ensejo e a menina que desperta
A mulher que se apresenta
Por isso, conheci esta dor
Do meu egoísmo em querer mais
Das porções de amor que faz
E agora esta angústia que me rouba a paz
Espera pela tua mão e teu olhar em mim
E cada calor que teu abraço tem
Simples assim
Tão facilmente que me espanta
Encanta
Dá vontade de rasgar a guela
Gritando a palavra que não vem
Não descobri ou interpretei
Pra mudar aí em você
Alguma coisa que eu não sei bem o que tem
Mas que converta a mim teu querer
E me deixe de apertar o peito
Me fazendo sem jeito e sem lugar
Dor que não passa, não passa.
Sufoco que arranca o ar
E as vontades que não acham caminho
O riso que sai dos lábios
E luta pra não brotar do coração espinhos
Engana as gentes que ignoram sinais
A secura da pele e a frieza que paira
Nos olhos que insistem em te seguir
No vão escuro que está meu coração
Pensando, novamente tentei: Não te amo
Mas sem graça a alma grita em desespero
E gana de fome, lembrando teu nome
Eu vou mais, repito: Não te amo
Tão, porém, sem convicção ou força
Que nem se consegue ouvir o não
E como o suspiro que precede o choro
Vem tão forte e em lamento de alma
Coração e mente em um só coro: te amo
Mais alto e claro, como confissão: te amo.
Marcela Liz