sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Nem morta

Eu só fico em teus braços
Porque não tenho forças
Prá tentar ir a luta
Eu só sigo os teus passos
Pois não sei te deixar
E esse idéia me assusta...

Eu só faço o que mandas
Pelo amor que é cego
Que me castra e domina
Eu só digo o que dizes
Foi assim que aprendi
A ser tua menina...

Prá você falo tudo
No fim de cada noite
Te exponho o meu dia
Mas que tola ironia
Pois você fica mudo
Nesse mundo só teu
Cheio de fantasias...

Eu só deito contigo
Porque quando me abraças
Nada disso me importa
Coração abre a porta
Sempre que eu me pergunto
Quando vou te deixar
Me respondo:
Nem Morta



Poema de manhã

Sabe quando a manhã é mais azul? E você foi tomada pelo mundo dos sonhos e tudo te diz sim, mesmo que sem nenhuma mudança, mesmo olhando e vendo tudo igual, mas tomada por esperança.



A gente sabe que é amor quando nada mais importa
Quando o riso vem sem pressa, e fica
Quando nasce lá do fundo uma esperança
De tudo poder voltar

Quando é amor vem junto uma loucura
E a vontade imensa de fazer o mundo virar
Quando os olhos riem indecentemente
Fazendo quem passa invejar

Isto é amor 
É amor sim
Desejo que não dá explicar
Vontade de se dar sem medo
Sem lembrar que pode até chorar 

Na hora a gente só sente aquela felicidade chegando
Envolvendo e tomando
E a gente vai se apossando e se prendendo
Querendo fazer segundos virar horas

Gravando no olhar o riso 
Dizendo o que é preciso do coração jorrar
A gente sabe que é amor quando transborda emoção 
Quando a paixão transcende se espalha no ar 
E as nossas vidas loucas pra se encontrar 
Se dão ao sonho e a beleza do amar

Marcela Liz

Só mais de um amor


Pensando notei: Não te amo
E senti: Amo mais a mim quanto tenho você
Amo o que faz de mim
E o que muda em mim
Amo o quando me transbordo em você
O fôlego que me embriaga a cada beijo
A vida que se abre por teu desejo
O sonho que ensejo e a menina que desperta
A mulher que se apresenta 

Por isso, conheci esta dor
Do meu egoísmo em querer mais
Das porções de amor que faz
E agora esta angústia que me rouba a paz
Espera pela tua mão e teu olhar em mim
E cada calor que teu abraço tem
Simples assim
Tão facilmente que me espanta
Encanta

Dá vontade de rasgar a guela
Gritando a palavra que não vem
Não descobri ou interpretei
Pra mudar aí em você
Alguma coisa que eu não sei bem o que tem
Mas que converta a mim teu querer 
E me deixe de apertar o peito
Me fazendo sem jeito e sem lugar

Dor que não passa, não passa.
Sufoco que arranca o ar
E as vontades que não acham caminho
O riso que sai dos lábios 
E luta pra não brotar do coração espinhos
Engana as gentes que ignoram sinais
A secura da pele e a frieza que paira 
Nos olhos que insistem em te seguir
No vão escuro que está meu coração

Pensando, novamente tentei: Não te amo
Mas sem graça a alma grita em desespero 
E gana de fome, lembrando teu nome
Eu vou mais, repito: Não te amo
Tão, porém, sem convicção ou força 
Que nem se consegue ouvir o não
E como o suspiro que precede o choro
Vem tão forte e em lamento de alma
Coração e mente em um só coro: te amo
Mais alto e claro, como confissão:  te amo.

Marcela Liz